quarta-feira, abril 20, 2011

MENSAGEM DE PÁSCOA

É tempo de mudar
(Monge Tibetano Dalai Lama – Texto adaptado)


Perguntaram para Deus...

O que mais vos intriga nos seus humanos?

Deus respondeu:

Eles fartam-se de ser criança e tem pressa de crescer, depois suspiram por voltar a ser criança.

Primeiro perdem a saúde para ter dinheiro e logo em seguida perdem o dinheiro para ter saúde.

Pensam tão ansiosos no futuro que descuidam do presente e assim, não vivem o presente e nem o futuro...

Vivem como se fossem morrer e morrem como se não tivessem vivido...


POR ISSO, APROVEITE CADA MINUTO E REFLITA SOBRE O SENTIDO DA VIDA.



FESTEJE,

ABRAÇE,

AGRADEÇA,

PERDOE...

VIVA A VIDA INTENSAMENTE!


FELIZ PÁSCOA A TOD@S!

quinta-feira, abril 07, 2011

MASSACRE EM REALENGO NÃO É UM CASO ISOLADO


Na manhã desta quinta-feira, 7 de abril, um jovem de 24 anos entrou na escola dizendo ter sido convidado para dar uma palestra aos alunos. Ele subiu três andares do prédio e entrou numa sala onde 40 alunos da nona série assistiam a uma aula de Português, abrindo fogo contra os estudantes com idades entre 12 e 14 anos.

Não há como não se comover com a situação que para muitos soava como algo que só atingiria países da América do Norte, Europa e Ásia. Como mãe e professora, me questiono a cada dia: quanta violência ainda iremos assistir ou mesmo nos tornar vítimas para que algo seja feito? Certamente as marcas maiores ficarão entre as famílias que perderam suas crianças, mas as memórias de tamanha violência acompanhará muitos, por longos anos.

No dia anterior ao massacre em Realengo um aluno envolve-se em confusão e agride colega com canivete em uma Escola Estadual em Belém do Pará, fato que infelizmente vem se repetindo em nossas Escolas. Sabemos quem são as vítimas, mas quem é, ou quem são, os culpados?

O fato é que as escolas têm assumido cada vez mais funções, e a estrutura para se receber as crianças torna-se cada vez mais precária, não apenas quanto ao aspecto físico, mas a precariedade se reflete na falta de segurança, falta de acompanhamento por equipes especializadas (como psicólogos e assistentes sociais, por exemplo), ausência de políticas de valorização profissional, número insuficiente de servidores, acúmulo de funções, contratações precárias, entre outras questões.

Em praticamente todos os casos em que houve massacres como em Realengo os assassinos tinham alguma relação com a escola. Muitas vezes não conseguimos reverter as primeiras manifestações de violência em nossas escolas e as autoridades "fecham os olhos" para essa situação, responsabilizando, na maioria das vezes, o professor. A todo momento nos são cobrados resultados (como a elevação do índice do IDEB) a todo custo, professores sofrem com o assédio moral, alunos sofrem com o a violência dentro e fora da escola, a infância torna-se cada vez mais curta (é preciso discutir o que se tem feito após a implantação do ensino de 9 anos - há muita coisa errada).
A imprensa afirma que o aluno nunca apresentou "problemas". O que é apresentar problemas? Nunca envolver-se em confusões? Mas muitos desses crimes foram praticados por pessoas que tinham/tem ótimo desempenho na escola, mostram-se "calmos", mas provavelmente apresentaram problemas de socialização.

Assim, não tenho dúvidas de que é necessário e urgente que tenhamos Psicólogos e Assistentes Sociais em nossas escolas, espaços de lazer para nossas crianças, que infelizmente vêm perdendo seu espaço e acabam ocupando com jogos violentos na internet, filmes e reportagens que estimulam novos atos de violência, penso que a mídia também possui grande responsabilidade (o filme "Tiros em Columbine aborda a questão).

Não podemos também admitir que as  autoridades continuem tratando a questão como fato isolado, estas têm a responsabilidade na garantia de estrutura adequada nas escolas, segurança e policiamento, apoio aos alunos e pais, concurso público e valorização profissional. Além de zelar pela segurança e saúde de nossas crianças e jovens, garantido-lhes espaços de lazer, assim como emprego com salário digno aos seus pais, para que tenham o direito de crescer como pessoas que valorizem o conhecimento mas, acima de tudo, a vida.